Projeto Bola Forte - Um gol de placa abençoado

 


    Eduardo Mendonça Ferreira, 51 anos, professor e empresário, é uma dessas pessoas seduzidas pelo espírito de transformação. Ele não perde a capacidade de sonhar, de buscar conhecimentos para si mesmo e repassá-los para um mundo de gente. O filho de dona Nadir e seu Ubiraci Ferreira, casado com Valéria, pai de Isabelle e Yasmin, conhece bem os dois lados da vida. Nasceu num lar amoroso, mas economicamente desestruturado.“Não passei fome, estudei em escola pública, sou cria do Curado III, bairro violento de Jaboatão dos Guararapes. Procurei sair do subúrbio para não virar marginal e parar em um presídio. Hoje, sou exemplo para meus amigos de infância que ainda moram lá”, revelou um emocionado Eduardo.

O estudo teve papel importante nessa virada de mesa. Eduardo recebeu incentivos dos familiares, professores e até mesmo do padre Airton Freire, dirigente da Fundação Terra de Arcoverde, no sertão de Pernambuco.“Estive com padre Airton no Colégio Damas, aqui no Recife. Ele vaticinou que até meus 50 anos de idade, minha vida seria outra. Aconselhou-me a contar minha história para outras pessoas, falar sobre o que consegui e como isso aconteceu. Sigo esse conselho, porque sei que daqui não levamos nada”, conta Eduardo.

A chegada à Paróquia de Casa Forte em 2014 foi através do ECC. Pegaram a ficha 50 e não pararam mais de servir ao próximo. Eles estão nas pastorais da Crisma e Familiar e ainda participam do coral. Eduardo esticou a corda um pouco mais. Ele é o dono do Bola Forte, projeto que começa a fazer história por essas bandas, depois de ter feito sucesso no bairro da Torre. Aqui, ele vai ensinar crianças carentes de 10 a 13 anos a jogar voleibol e futebol de salão, todos os sábados de 10h às 12h na quadra paroquial.

 Folha Forte – Em que estágio o Bola Forte se encontra agora?

Eduardo Ferreira – O vôlei tem ainda poucas inscrições, mas o futsal está completo e estourando. Todo dia aparece interessados. Estamos precisando de mais divulgação, hoje restrita ao Instagram. Os pais são contactados pelo celular. São 30 vagas para meninos e 30 para as meninas no vôlei e no futsal. Acredito muito no benefício da prática do esporte.

FF – Quem banca o projeto? Existe patrocinador?

EF- A escolinha é de graça.Tudo o que eu precisava para começar era contar com a aprovação de padre Fábio. Em seguida, comprar o material. Uma das minhas alunas, dra. Helena Silveira me deu objetos religiosos e um quadro em cerâmica portuguesa, que fora de uma tia dela, paroquiana de Casa Forte, Inalda Silvestre. Veio a ideia de rifar o quadro. Fiz isso e com o apurado comprei o que se fazia necessário para iniciarmos as aulas.

FF - Onde você quer chegar?

EF- O esporte motiva as pessoas a querer crescer na vida. Começo por aí e, em seguida, quero formar uma equipe para competições. Isso é estimulante. Tenho consciência que 78% dos inscritos levam jeito. Não penso em formar craques, mas pessoas boas. No mais, quero agradecer a Deus e passar o que sei para essas crianças. Dar a eles a oportunidade que me faltou no início da minha trajetória.(palavras ditas com emoção.

@projetobolaforte



Share on Google Plus

About Marcio Bourbon

This is a short description in the author block about the author. You edit it by entering text in the "Biographical Info" field in the user admin panel.

0 comentários :

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.