Suicídio: EM FAVOR DA VIDA, PRECISAMOS FALAR disso!

O mês de setembro marca a campanha internacional de combate e prevenção ao suicídio, chamada de Setembro Amarelo esta campanha tem como objetivo dos profissionais de saúde chamar atenção da população em geral sobre os cuidados necessários à valorização da vida.

Os índices de suicídio são alarmantes e, apesar da estimativa de que há subnotificação em 40% das ocorrências, os números demostram aumento significativo em tempos atuais. Estima-se que a cada 40 segundos, 1 pessoa morre de suicídio, no mundo, sendo esta a 4ª causa de morte entre pessoas de 15 a 35 anos (dados da Organização Mundial de Saúde). Segundo o Ministério da saúde, no Brasil, ocorre uma média diária de 32 mortes por suicídio, taxa superior às vítimas de AIDS e da maioria dos tipos de câncer.

O suicídio não se restringe determinada faixa etária, gênero ou classe social, nem pode ser visto por um único aspecto ou causa, é considerado como multifatorial e em sua maioria decorre de doenças mentais graves associados a questões sociais, familiares, pessoais, financeiras e até mesmo cultural. Em sua maioria, quando alguém pensa em suicídio, não está querendo de fato se matar e sim desejando acabar com uma profunda dor, onde não vê outra saída, alternativa e/ou não se sente escutado, compreendido, não enxerga mais perspectivas na vida, perde o sentido. 

Apesar de números alarmantes, são os muitos os tabus que giram em torno deste tema, para
com o suicida, sua família, com as doenças mentais e com os profissionais que lidam com as
doenças mentais, mesmo em tempos ditos como tão modernos. Por isso é urgente
desmistificar o silenciar.



Pensamentos como “só quer chamar atenção”, “isso é coisa de quem não tem o que fazer”, “vá para igreja que passa”, “quem quer se matar não fala”, “quando casar passa”, “isso é coisa de sua cabeça”, “deixe de besteira”... entre outros são mitos sobre suicídio e sofrimentos emocionais que muitas vezes beiram a maldade com o outro que precisa ser escutado, impossibilitando que haja uma via de diálogo, desabafo, aumentando a angústia e o sentimento de estar sozinho, desamparado.

Para a prevenção do suicídio o mais importante é falar, sobretudo no tocante a valorização da vida e orientação sobre possibilidades. Estimular rodas de conversas entre adolescentes, jovens, favorecer o diálogo nas famílias, colocar-se a disposição do outro que está em sofrimento para escutá-lo, valorizar a possibilidade de abertura ao diálogo sobre as emoções e sentimentos, angústias, 

preocupações, afetividade, inclusive em situações que possa lhe parecer boba ou de simples resolução. A dor do outro pode até lhe parecer pequena, mas é dor. “Não é drama, não é para chamar atenção, não é falta de Deus, não é frescura...” a pessoa que está em sofrimento emocional, precisa de apoio. Desde o apoio daqueles que estão ao redor, família, amigos, ou até mesmo de um suporte profissional de Psicólogo ou Psiquiatra.

Existem diversos gatilhos para um pensamento suicida Em se tratando de adolescentes e jovens, estes são vulneráveis nas funções neurológicas, estão em fase de desenvolvimento social, emocional, firmando personalidade e ainda definindo seu papel no mundo, seus projetos de vida. A morte pode ser para estes uma desistência do enfrentamento, uma saída para fuga do fracasso, ou diante da não aceitação da frustração.

Prevenir as doenças da mente previne também o suicídio. Cabe a vigilância constante a si e aos que estão ao seu redor. Observar isolamento, mudanças repentinas e repetitivas de humor, mudança no comportamento, baixo desempenho nos estudos ou no trabalho, perda de interesse em coisas e situações que antes eram atraentes, agressividade, violência aos outros ou a si mesmo (automutilação, uso frequente de mangas compridas ou utensílios que escondem o punho), entre outros sintomas que podem indicar que algo não vai bem e que é necessário ajuda.

É fundamental investir em qualidade de vida e, assim como se cuida da estética, da saúde física e da alimentação, investir no cuidado à saúde mental. Cercar-se de pessoas queridas, fazer viagens, pequenos passeios e caminhadas que favoreçam contato com a natureza sozinho e em família, acreditar em algo que favoreça a espiritualidade, traçar metas possíveis, recorrer ao auxílio pessoal, buscar cuidado e orientação de profissional de saúde mental.

Fique vigilante e em caso de necessidade sua ou de alguém próximo a você busque auxílio através de pessoas de sua confiança, recorra aos profissionais da área de saúde mental, Psicólogos e Psiquiatras. Além de atendimento em consultórios particulares, existe a disponibilidade das Clínicas Escolas das Universidades, CAPS, ou ainda o CVV (Centro de Valorização à Vida) que disponibiliza atendimento gratuito 24h para pessoas através de ligação para o número 188 ou pelo chat em cvv.org.br/chat/

Paula Aureliano
Psicóloga – CRP 02/13578
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