Cerca
de 90 mil fiéis lotaram a Praça S. Pedro, mesmo com chuva, para a
Audiência Geral desta quarta-feira, 29 de maio. Depois de fazer o giro
da Praça para saudar a multidão, debaixo de garoa, o Papa iniciou um
novo ciclo de catequeses, que tratará do mistério da Igreja a partir de
expressões presentes nos textos do Concílio Vaticano II.
A primeira delas foi: a Igreja como
família de Deus. A parábola do filho pródigo, afirmou o Papa, indica bem
o desígnio de Deus para a humanidade. Ele quer fazer de nós uma única
família, para que cada um sinta sua proximidade e o seu amor.
Neste grande desígnio, a Igreja encontra
sua raiz. A própria palavra “Igreja”, do grego ekklesia, significa
“convocação”: Deus nos convoca, nos impulsiona a sair do individualismo,
da tendência de fechar-se em si mesmo e nos chama a fazer parte da sua
família. Toda a história da salvação é a história de Deus que busca o
homem, lhe oferece o seu amor e o acolhe. Na plenitude dos tempos, Ele
mandou Seu Filho, Jesus Cristo, para nos comunicar a vida divina.
A Igreja tem a sua origem na Cruz, do
lado aberto de Cristo de onde jorraram sangue e água, símbolos dos
Sacramentos da Eucaristia e do Batismo. No dia de Pentecostes, recebendo
o dom do Espírito Santo, Ela se manifesta ao mundo, anunciando o
Evangelho e difundindo o amor de Deus.
Ainda hoje, alguns dizem: “Cristo sim, a Igreja não”, “Eu acredito em Deus, mas não nos padres”. A eles, Francisco responde:
“Mas é justamente a Igreja que nos traz
Cristo e que nos leva a Deus; a Igreja é a grande família dos filhos de
Deus. Certamente há também aspectos humanos; naqueles que a compõem,
pastores e fiéis, há defeitos, imperfeições e pecados: também o Papa tem
pecados. E muitos! Mas o belo é quando nos damos conta de que somos
pecadores e encontramos a misericórdia de Deus. Deus perdoa sempre. Não
se esqueçam disso: Deus perdoa sempre.”
Quando pecamos, ofendemos a Deus -
afirmou. Mas Ele nos dá a oportunidade de nos humilhar para perceber que
existe algo maior, que é a sua misericórdia.
Devemos nos perguntar: quanto eu amo a
Igreja? Rezo por ela? Sinto-me parte desta família? Neste Ano da Fé,
concluiu o Pontífice, peçamos ao Senhor que as nossas comunidades sejam
sempre mais verdadeiras famílias que vivem e transmitem o calor de Deus.
No final da audiência, o Papa saudou de
modo especial os jovens poloneses que se reunirão em 1º de junho numa
vigília em Lednica para refletir sobre o tema da paternidade.
Aos romanos, o Santo Padre recordou que
nesta quinta-feira, festa de Corpus Christi, celebrará às 19h a Santa
Missa em São João de Latrão, ao final da qual se realizará a procissão
que se concluirá em Santa Maria Maior. “Convido os fiéis de Roma e os
peregrinos a se unirem neste ato de profunda fé pela Eucaristia, que
constitui o mais precioso tesouro da Igreja e da humanidade.”
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